Como é bom encontrar o amor. Ter um par de olhos prescrutando o nosso ser e se encantando conosco como se fôssemos plenos e sem falhas. Ir para outros países nos dá uma sensação de grandeza, de alargamento de horizontes, de voo, de liberdade, de possibilidades, de começar de novo. O que nos mata a alma é a trivialidade de rotinas mecânicas e desgarradas de sentido. É um trabalho forçado, um relacionamento sem sal, uma família disfuncional, uma vida vivida nos bastidores. Ellis (Saoirse Ronan), a garotinha viva e desejante de Desejo e Reparação, agora uma linda mulher, escapa da passagem das horas para uma possibilidade de vida vivida. Encontra um amor puro. Quanta felicidade! Esse filme é um primor. O enredo muito bem construído. E a lição que fica é que uma luta e uma guerra sempre serão travadas quando decidirmos atravessar o rio e viver uma vida intencionalmente. A maioria das pessoas “vive e existe” sob a égide do medo e na morada da tacanhice. As pessoas são mesquinhas e querem aniquilar quem ousa viver em liberdade e voar. Os espíritos livres são perseguidos justamemte por denunciar a pequenez dos que vivem assombrados com a majestade do mundo. O simples fato de viver com intensidade, amar, ser amado, tomar banho de chuva, dançar, fazer o que gosta e o que não gosta, chorar, mostrar as emoções… afeta por demais quem só existe e ataca com negatividade quem É e segue feliz. Recomendo muito esse filme aos que amam a liberdade e travam uma luta diária contra a institucionalização das almas. Contra a capitalização das relações humanas. Contra a mecanização do amor. Contra a banalização da VIDA.

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